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FANTASPOA |
Exibição, Noite de Abertura, VII Fantaspoa, Porto Alegre, 2012 |
NOLA HORROR |
Seleção Oficial, II New Orleans Horror Film Festival, EUA, 2012 |
ANOTHER HOLE IN THE HEAD |
Seleção Oficial, IX Another Hole in the Head Film Festival, São Francisco, |
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EUA, 2012 |
MONTEVIDEO FANTASTICO |
Seleção Oficial, VII Festival Montevideo Fantastico, Uruguai, 2012 |
THRILLER! CHILLER! |
Seleção Oficial, VII Thriller! Chiller! Festival, Grand Rapids, EUA, 2012 |
TABLOID WITCH |
Seleção Oficial, IX Tabloid Witch Awards by Hollwood Investigator, |
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Los Angeles, EUA, 2013 |
SPOOKY FEST |
Seleção Oficial, VII Noite de Encerramento, Spooky Movie International |
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Film Festival, Washington D.C., EUA, 2012 |
RIOFAN |
Seleção Oficial, III Festival Fantástico do Rio, Rio de Janeiro, 2012 |
INDIE BRASIL |
Seleção Oficial, XII Indie Brasil, São Paulo, 2012 |
ROJO SANGRE |
Seleção Oficial, XIII Buenos Aires Rojo Sangre, Argentina, 2012 |
ZINEMA ZOMBIE FEST |
Seleção Oficial, IV Zinema Zombie Fest, Bogota, Colômbia, 2012 |
MACABRO |
Seleção Oficial, XI Macabro Festival Internacional de Cine de Horror de la |
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Ciudad de México, México, 2012 |
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GAZETA DO POVO |
Horror e comédia na medida |
Helena Carnieri |
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O auditório escuro e a música de filme de terror ao fundo no evento secreto promovido pela Vigor Mortis na noite da última quarta-feira, no auditório do campus Juvevê da Universidade Federal do Paraná (UFPR), deu o tom do que o público convidado, que não sabia do que se tratava, veria. Logo depois de uma breve espera, o mistério foi quebrado: o diretor Paulo Biscaia Filho exibiu, pela primeira vez, o novo longa-metragem da companhia, Nervo Craniano Zero, que abriu, dois dias depois, o 6.º Festival Internacional de Cinema Fantástico Porto Alegre (Fantaspoa).
Rodado em Curitiba e viabilizado pelo Fundo Municipal de Cultura, com patrocinadores locais e distribuição da Moro Filmes, Nervo Craniano Zero é uma adaptação da peça homônima (de 2009), e o segundo longa da companhia (o anterior foi Morgue Story – Sangue, Baiacu e Quadrinhos). Rodado apenas – e intensamente – durante duas semanas, a produção de Biscaia faz referências a filmes de horror de John Carpenter e David Cronenberg, e tem uma forte vertente cômica, principalmente por conta da excelente atuação da atriz e cantora (vocalista do fenômeno musical A Banda Mais Bonita da Cidade), Uyara Torrente, que rouba a cena no filme.
Interpretando Cristi, uma menina que vem do interior sonhando com fama e sucesso, a personagem de Uyara acaba sendo cobaia de um plano inescrupuloso da escritora de sucesso Bruna Bloch (Guenia Lemos). Para evitar sair da lista dos mais vendidos, Bruna usa Cristi para a implantação de um chip indutor de descargas de dopamina que, quando colocado no cérebro humano, gera surtos de inspiração. A invenção é do Dr. Bartholomeu Bava (Leandro Daniel Colombo, fiel parceiro da companhia e também em ótima interpretação), que perdeu sua licença médica após um acidente nas pesquisas para a criação do aparelho. Cristi então acaba virando uma “escrava” de Bruna, e escreve livros compulsivamente.
Tecnicamente bem resolvido, o maior mérito de Nervo Craniano Zero é ser, de fato, imprevisível. Diferentemente da grande maioria das produções atuais, é difícil saber qual será o desfecho da história que, merecidamente, beneficia a pobre Cristi. O filme também acertou na maioria das cenas de flashback dos personagens e colocou ainda mais humor ao trazer, por exemplo, o estereótipo do crítico literário irritante, que analisa uma das obras de Bruna. Nas interpretações, o tom teatral ainda é muito presente na tela e o roteiro, apesar de original, é menos acertado do que o do longa anterior.
Distribuição: Antes da exibição, Paulo Biscaia Filho contou que Nervo Craniano Zero terá um sistema de distribuição diferente do convencional. “Não quero ficar refém de um circuito exibidor que só liga para os grandes filmes”, disse. Biscaia destacou que a estratégia será realizar ocupações de espaço com o filme ao longo do ano, a exemplo do que foi feito na UFPR. A produção também será exibida em um festival no estado do Kentucky (EUA). |
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BLOG SATÉTILE VERTEBRAL |
Nervo Craniano Zero |
Fernando Rodrigues |
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Podem afirmar que o Brasil não exporta plutônio, que o Brasil não produz adamantium, que o Brasil possui carência em vitamina D, sais minerais e o escambau. Contudo, nunca ousem afirmar que o Brasil não apresenta competência para fazer filmes de terror regado a toques sutis de humor. Pois Nervo Craniano Zero, lançado em 2012, é a prova cabal que sabemos sim fazer nossos Re-Animators com sangue, suor, lágrimas, poucos recursos e ainda assim, muito esmero e competência.
Dirigido e roteirizado por Paulo Biscaia Filho, o longa-metragem é a adaptação da peça teatral de mesmo nome. O filme conta basicamente com um núcleo de três personagens: a escritora fodona Bruna Bloch, a insossa garota interiorana Cristi e o atormentado cientista Bartholomeu Bava (referência ao finado cineasta italiano Mario Bava?).
A trama inicia quando a escritora, ao ser confrontada com um possível bloqueio criativo, coloca em prática seu ardiloso plano, que é usar as polêmicas pesquisas do cientista Bava a respeito do Nervo Craniano Zero, um órgão vestigial que, segundo o pesquisador, pode ser estimulado para proporcionar ao ser humano fonte inesgotável de inspiração e ideias geniais. Mas para a experiência ir adiante, a dupla necessita de uma cobaia humana e é aí que Cristi, uma incauta jovem que almeja ser pop star, entra na hora certa e no lugar errado.
Com exceção de algumas cenas mais sangrentas realizadas com boa maquiagem, alguns efeitos especiais são precários mas que, no entanto, tornam-se irrelevantes e até divertidos diante dos diálogos marcados pelo cinismo e humor sutil, o que já denota a proposta do filme, que é não se levar assim tão a sério.
O roteiro é construído de forma que deixa bem claro quem são os personagens e quais são os seus respectivos conflitos pessoais. Os espectadores mais ranhetas poderão até reclamar da atuação excessivamente teatral por parte do elenco, algo que, pelo menos para mim, não incomodou, visto que quem está por trás dessa obra é a Vigor Mortis, companhia de teatro e cinema que tem em seu portfólio peças interessantes como Morgue Story – Sangue, Baiacu e Quadrinhos, Hitchcock Blonde e Manson Superstar entre muitas outras.
O filme Nervo Craniano Zero, que possui influência (mas sem cair na mera imitação) de filmes como Re-Animator e Do Além, já perambulou por alguns festivais e angariou prêmios como melhor diretor, melhor filme, melhor edição e também melhor atriz para Uyara Torrente, que interpreta a apatetada Cristi.
Recentemente a Vigor Mortis conseguiu, por meio de crowdfunding, suporte para lançar o longa-metragem em DVD. |
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BLOG SISTEMA MUITO NERVOSO |
Crítica de Nervo Craniano Zero |
Rico Boschi |
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O frio que pairava na noite da última quarta-feira (26) em Curitiba em nada tinha a ver com o clima experimentado pelos espectadores do filme Nervo Craniano Zero, do diretor Paulo Biscaia Filho, exibido com alto teor de morna sanguinolência e interatividade, no palco do Guairinha.
Contextualizada por uma trilha jocosamente oitentista, a obra oferece ao público uma cínica (e cênica) experiência de ampliação da sensação de imersão, alcançada por uma excelente manipulação de metalinguagem.
Através de um processo híbrido entre cinematografia e atuação teatral - denominado Encena-Ação - o longa/montagem acompanha o inescrupuloso plano da escritora Bruna Block, cujo objetivo é levar "suas" publicações ao topo da lista dos Best-sallers a qualquer custo. Utilizando a seu favor os estudos de indução à criatividade do neurocirurgião Dr. Bartholomeu Bava, Block alicia a jovem ingênua e interiorana Cristi como cobaia para a implantação de um chip cerebral que através de descargas de dopamina gera surtos de inspiração. É a partir dessas bases que a história se desenvolve.
Prodigiosa também - talvez mais que a trama até - é a interpretação das atrizes Guenia Lemos (Bruna Block) e Uyara Torrente (Cristi) que, com seus personagens diametralmente delimitados, são capazes de conferir às cenas em que dividem o foco um caráter de comicidade desconcertantemente irônica, ancorada em diálogos incisivos e enxutos, o que contribui enormemente para a fluidez com que a obra conversa com a linguagem dos quadrinhos, mantendo uma característica marcante da obra de Biscaia Filho.
Essa interrelação com os quadrinhos está muito presente na "cor local" de toda a obra, na medida em que ela está impregnada no argumento para os pontos de giro, muitas das sequências non sense e até mesmo na dinâmica da atuação teatral verificada no preâmbulo da montagem. O desfecho, que poderia sinalizar para a típica completude da jornada do herói, onde a moça retorna triunfante para gozar seus louros, oferece ainda uma surpresa condizente com a atmosfera ácida da produção.
No palco, a interatividade ganha cores, sons e... Melpomene!
Se o leitor considerar seus nervos cranianos fortes o suficiente, vale a pena pô-los em teste na segunda apresentação. |
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BLOG HEUVI |
Crítica de Nervo Craniano Zero |
Helvecio |
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O novo filme da Vigor Mortis, companhia que fez o genial Morgue Story – Sangue, Baiacu e Quadrinhos!
Com medo de uma possível crise criativa, uma escritora de sucesso chama um antigo namorado, neuro-cirurgião com o registro cassado, para reativar sua fracassada experência que usa um chip indutor de criatividade ligado ao cérebro. Mas antes de testar nela mesma, ela contrata uma ingênua garota do interior como cobaia.
A dúvida que heu tinha era se Nervo Craniano Zero seria do mesmo nível do ótimo Morgue Story. Boa notícia: sim, é tão bom quanto!
Nervo Craniano Zero segue a linha de terror / comédia, com fortes (e visíveis) influências de quadrinhos e de filmes dos anos 80. O clima é bem trash, boa solução para o apertado orçamento de apenas R$ 180 mil. Claro, o filme não é pra qualquer um. Mas quem entrar no espírito, vai se divertir muito. O filme tem vários momentos antológicos, a plateia dava gargalhadas ao longo da projeção.
Depois do filme, o diretor Paulo Biscaia Filho, acompanhado dos atores Leandro Daniel Colombo e Uyara Torrente, falou um pouco com a pequena porém lotada sala de cinema do CCJF. Ele explicou que os atores sabem que tudo é sátira, o público sabe que tudo é sátira – mas os personagens não sabem. Os personagens levam aquilo a sério! Isso proporciona ao filme uma série de diálogos sensacionais, todos no limite da caricatura.
O elenco está ótimo. Leandro Daniel Colombo, um dos destaques de Morgue Story, e Guenia Lemos, mezzo americana, mezzo curitibana, que já fez alguns filmes e seriados em Hollywood, mas nunca tinha feito nada aqui no Brasil, estão excelentes como o médico perturbado Bartholomeu Bava e a escritora de moral duvidosa Bruna Bloch. Mas o melhor de Nervo Craniano Zero é Uyara Torrente, que ficou famosa um tempo atrás por um video de sua banda que virou viral de internet. Aqui ela mostra que é uma excelente atriz, com sua Cristi, que começa como uma ingênua (e engraçadíssima) caipira, para depois mostrar que o personagem tem muito mais a oferecer.
A trilha sonora é outro destaque. Demian Garcia compôs várias trilhas eletrônicas com um delicioso ar oitentista. E a cereja do bolo é a única música que não foi composta para o filme: Total Eclipse Of The Heart, da Bonnie Tyler, vira a trilha pefeita para uma cena completamente imprevisível de cirurgia craniana. Nunca mais ouvirei Bonnie Tyler como antes!
A exibição do filme era pra ser em alta definição, Paulo Biscaia Filho trouxe uma cópia em blu-ray. Mas o projetor do cinema não deixou a imagem ficar boa. Paulo disse para vermos isso como algo positivo: a qualidade da imagem ia nos lembrar dos velhos vhs dos anos 80… Ainda quero rever Nervo Craniano Zero com imagem boa, mas posso dizer que isso não atrapalhou a boa fotografia do filme, cheia de cenários estilizados e com muito contra-luz. Soma-se a isso a boa maquiagem e os efeitos especiais, poucos e simples, mas eficientes para o que o filme pede.
A notícia ruim é que não sei quando nem como o leitor vai conseguir ver Nervo Craniano Zero. Até onde sei, Morge Story só passou aqui no Rio no Festival do Rio de 2009, e foram poucas sessões mal divulgadas. Paulo Biscaia Filho deu a dica: o dvd está à venda na Livraria da Travessa. Mas sem divulgação, pouca gente vai saber disso.
Que Nervo Craniano Zero consiga um espaço no circuito cinematográfico, ou pelo menos um bom lançamento no mercado de home video! |
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BLOG PACHOVSKI |
Crítica de Nervo Craniano Zero |
Pachovski |
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O novo longa de Paulo Biscaia, Nervo Craniano Zero, é assim como Morgue Story, uma homenagem a cultura trash oitentista. A trama gira em torno de ambiciosa escritora Bruna Bloch (Guenia Lemos) que junto ao ex-namorado Dr. Bava (Lendro Daniel Colombo) tentam por fim a falta de criatividade que assola artistas. Dr. Bava desenvolve um chip que quando implantado no cérebro, no lugar do tal nervo craniano zero, garante criatividade em fluxo ad eterno. Mas como nada vem de graça, a tecnologia de Dr. Bava tem alguns pré-requisitos, e um muito curioso, o coração do implantado deve ser removido, dado que o chip controlará praticamente todas as funções vitais e algumas redundâncias podem ser fatais para o implantado. Nem mesmo fome o implantado sente. É nítida a influência de Re-Animator, clássico dos anos 80, que por sua vez é uma adaptação de H.P. Lovecraft.
Como foi primeiro levado ao teatro, a exemplo de Morgue Story, pela sua trupe Vigor Mortis, Nervo Craniano Zero tem elenco divertido e afiadíssimo em interpretações que não deixam dúvidas que o objetivo maior é diversão, e o filme cumpre essa função honrosamente. Porém, diferente de Morgue Story, onde é nítido a pegada teatral, Nervo Craniano tem proposta inteiramente cinematográfica no que diz respeito a interpretação. Guenia Lemos como a sexy e ambiciosa escritora de best-sellers está mais que correta. Uyara Torrente como a interirona Cristi Costa (certamente influenciada por Nika Costa) usada como cobaia de Dr. Bava para o experimento do chip é uma agradável surpresa, pois seu personagem é o único que se transforma ao longo do trama, de caipira tapada ela se transforma em ghost writer da ambiciosa Bruna que consegue se manter por dois anos no topo dos livros mais vendidos, sucesso de crítica e público, graças ao chip na cabeça de Cristi Costa.
Embora a influência que salta aos olhos seja Re-Animator, é possível identificar várias outras: a fúria de Brian de Palma, Hellraise de Clive Barker, Ruas de Fogo de Walter Hill, todos clássicos dos anos 80.
Tecnicamente o filme também é correto, bem montado, fotografado com atmosfera pura dos anos oitenta. É prazeroso ver que o cinema nacional dentro do gênero fantástico pode criar bons filmes, e porque não comercial, em minha opinião Nervo Craniano Zero poderia passar nas salas alternativas. E é isso... Paulo Biscaia e Rodrigo Aragão são os caras do cinema fantástico brasileiro, sei que há outros, mas ainda não os assisti. |
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BLOG DIMARTIZANDO |
Crítica de Nervo Craniano Zero |
DiMarte |
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Ah, o trash nacional... De vez em quando algo ruim aparece, mas por outro lado há uma produção muito interessante de diretores que ainda não possuem a visibilidade que merecem. Nervo Craniano Zero é a adaptação cinematográfica da peça também escrita pelo próprio Paulo Biscaia, e a trama sabe muito bem pontuar os elementos mais tradicionais do gênero de terror com um humor que se apresenta natural ao momento. Não chega a remeter (pelo menos não de modo perceptível) aos "terrires" produzidos na época do Boca de Lixo (se você não entendeu, precisa expandir seu repertório), dando, assim como Rodrigo Aragão, uma nova perspectiva e possibilidade para quem gosta e pensa em produzir este tipo de filme de gênero.
O enredo é bem simples. O modo como se desenvolve, o elenco pequeno, o foco dado e até mesmo os personagens tem sim um toque denunciante de teatralidade. As falas são longas e várias vezes explicativas, isso não quer dizer que atrapalhe (veja os filmes de Hamlet), pois neste caso acabou até auxiliando na produção uma vez que o número de cenários é bem menor. Por outro lado devo reconhecer que em determinados momentos as atuações se revelam um tanto exageradas. Melhor dizendo, em um nível um pouco mais alto do que seria o mais apropriado para o cinema em termos de expressões faciais e posicionamento corporal. Isso inclui também a atriz Guenia Lemos, apesar da mesma já ter feito uma participação em Law & Order.
Os efeitos usados não são extravagantes, entretanto são bem utilizados. A montagem auxilia bastante na introdução da história e o que me chamou mais atenção acabou sendo a trilha musical. Os personagens são um tanto estranhos e se leva um tempinho para se acostumar com essa característica até que toda a estética do longa seja compreendida, mas o que melhor casa é, na minha concepção, foi o modo como o som e a trilha musical é utilizada para se completar o sentido das imagens, às vezes até como o instrumento cômico muito eficaz. O humor é bem suave, construído mais a partir da ironia, não chegando em nenhum momento a ser o tom predominante do filme.
Nervo Craniano Zero é um terror leve, uma boa produção para introduzir uma nova geração ao gênero e, inclusive, a esse meio produção cinematográfica nacional mais a margem. Simples, eficiente e divertido. Basta não ficar com frescura e querer compará-lo com as produções norte-americanas que, além de terem um investimento bem maior, possui maior facilidade para a adesão de recursos e materiais para se filmar. Nervo Craniano Zero é uma opção bem interessante para quem se interessa em se aprofundar neste gênero e, mais precisamente, no cinema brasileiro, afinal, é necessário superar uma série de preconceitos e dar oportunidade para que estes filmes alcancem com cada vez mais facilidade o público. |
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