DUPLO HOMICÍDIO NA CHAPTAL 20 é um retorno da companhia Vigor Mortis às suas raízes baseadas no Thêátre du Grand Guignol de Paris do século passado. Cada noite do Grand Guignol era formada por diversas peças, cômicas e trágicas. O objetivo dessa produção da Vigor Mortis é recriar a experiência do teatro parisiense e, sendo assim, DUPLO HOMICÍDIO NA CHAPTAL 20 é dividido em duas peças curtas: CRIME NO MANICÔMIO e FAROL EM FÚRIA.
 
CRIME NO MANICÔMIO é inspirada em CRIME DANS UNE MAISON DE FOUS, uma das peças mais encenadas no Grand Guignol. Nesta transposição, escrita por Paulo Biscaia Filho e Raphael Cassou, a história se situa no manicômio de La Castañeda, no México, nos anos 40. Uma jovem garota chamada Luisa recebe a promessa de liberdade da instituição, mas em sua última noite é atormentada por um trio de psicóticas.
 
FAROL EM FÚRIA é um texto original do diretor Paulo Biscaia Filho, que conta a história das irmãs Meg e Lizzie, donas de uma pousada na ilha de Nantucket na Nova Inglaterra em 1947. Depois de enfrentarem um cachorro contaminado com raiva, as duas se protegem de uma tempestade no farol administrado pelo soturno e misterioso Pops, um ex-combatente da Segunda Guerra com um segredo aterrador.
 
     
     
 
CRIME NO MANICÔMIO  
Texto Original André de Lorde & Alfred Binet CRIME DANS UNE MAISON DE FOUS
Adaptação Paulo Biscaia Filho & Raphael Cassou
Elenco Eliane Campelli, Guenia Lemos, Raphael Cassou, Raquel Rizzo,
  Rubia Romani & Viviane Gazotto (Michelle Rodrigues)
FAROL EM FÚRIA  
Texto Paulo Biscaia Filho
Elenco Cleydson Nascimento, Guenia Lemos & Viviane Gazotto (Angela Stadler)
   
AMBAS  
Direção Paulo Biscaia Filho
Produção Marco Novack
Assistência de Direção Angela Stadler
Iluminação Wagner Corrêa & Victor Sabbag
Operação de Luz Cristopher Gegembauer
Figurino Paulo Vinícius
Cenário Guenia Lemos
Cenotécnico Fábio Piller
Adereços Michelle Rodrigues & Diego Perin
Sonoplastia Paulo Biscaia Filho
Fotos Marco Novack
Maquiagem Isabella Japiassú
Vídeos Paulo Biscaia Filho
Operação de Vídeos Angela Stadler
Realização Vigor Mortis
   
DUPLO HOMICÍDIO NA CHAPTAL 20 estreou no Teatro Novelas Curitibanas, Curitiba, em 2014.
 
         
           
 
FENATA 42 Festival Nacional de Teatro, Ponta Grossa, 2014
FTC 24 Festival de Teatro de Curitiba, 2015
 
           
           
 
BLOG ESTRONHO & ESQUÉSITO
Falando Bobagens: Duplo Homicídio na Chaptal 20
Marcelo Amado
 

IMPORTANTE: Você não vai encontrar aqui uma opinião profissional, o parecer de um crítico ou a análise de um estudante ou pesquisador. A série "FALANDO BOBAGENS" trará eventualmente a MINHA OPINIÃO e sensações sobre shows, livros, peças de teatro e filmes. Não tenho compromisso com análises técnicas ou pareceres mais aprofundados. Aqui eu falo sobre DIVERSÃO, sobre coisas que me fizeram desligar do meu trabalho e da correria do dia a dia.

Entre os dias 6 de novembro e 7 de dezembro de 2014, no Teatro Novelas Curitibanas, a Cia. Vigor Mortis apresentou o espetáculo Duplo Homicídio na Chaptal 20. Bem, na verdade foram dois espetáculos encenados todos os dias em que a peça esteve em cartaz. Entre "Crime no Manicômio" e "Farol em Fúria" tínhamos um intevalo de 15 minutos para a preparação da segunda peça.

Como gosto sempre de frisar, assim como diz o cabeçalho desta coluna, não dou aqui a minha opinião de crítico de teatro, coisa que nunca fui e nem tenho conhecimento para ser. O objetivo aqui é apenas de dar a opinião de alguém que foi assistir ao espetáculo querendo se divertir e conhecer ainda mais o trabalho da Vigor e de seus atores. Demorei para escrever pois o site estava em processo de mudança e a correria do final de ano também colaborou para o atraso, mas aqui está minha opinião.

Vamos começar pelo cenário. O Teatro Novelas Curitibanas funciona em um antigo casarão de Curitiba construído em 1902 e que pertenceu à família Vieira Cavalcanti até 1969. Em 1992 se tornou um espaço cultural. Obviamente não foi projetado para ser um teatro. Foi adaptado para tal função e por isso seu espaço é reduzido (e muito aconchegante). Por esta razão, para acessar a pequena área destinada à plateia, passamos pelo palco. Aí já começa o clima. Não sei quanto a vocês, mas eu gosto de detalhes. Já no primeiro passo, atravessando o belo cenário (de Guenia Lemos), me transportei para o local da história. Eu poderia dizer que era um piso que imitava um calçamento de pedras, mas prefiro dizer que passei por uma rua calçada por pedras, ao lado de uma casa com parede de tijolinhos.\

CRIME NO MANICÔMIO

Na primeira peça o cenário nos levava ao interior de um manicômio. Segundo o texto no site da Vigor Mortis, a peça é inspirada em “Crime dans une Maison de Fous”, uma das peças mais encenadas no Grand Guignol. No entanto, na versão do diretor Paulo Biscaia Filho a história se passa no manicômio de La Castañeda, no México, década de 1940. Tudo gira em torno de Luísa, uma jovem interna que passava por uma "avaliação" para saber se já estaria apta a ganhar a liberdade. No entanto, em sua última noite como interna... bom, não posso falar muito a respeito, pois embora a peça tenha saído de cartaz, poderá voltar em breve.

O trabalho dos atores estava sensacional (na minha visão de leigo exigente). Eu estive no dia de estreia da peça e, provavelmente, com a intervenção do diretor e com o maior entrosamento dos atores nas semanas seguintes, deve ter sido ainda mais espetacular nos últimos dias. Fazia parte dos meus planos ir novamente no final da temporada para fazer essa comparação. Infelizmente por uma combinação de trabalho e outros eventos, não foi possível. De qualquer forma, preciso destacar a atuação de duas atrizes: Guenia Lemos, como a Corcunda e Raquel Rizzo como a Caolha. A atuação dessas duas nos arrancou muitas risadas (fui com minha esposa Celly Borges, que também ficou encantada com tudo). As tiradas da Caolha, os sons e grunidos que ela fazia nos momentos certos. Claro, tem o toque do diretor, óbvio, mas ela estava perfeita. Porém quem mais me chamou a atenção mesmo foi a Guenia Lemos. Já tinha visto o seu trabalho no filme Nervo Craniano Zero, também produzido pela Vigor Mortis, mas num papel completamente diferente. Ela arrasou como Corcunda. Muito engraçada e numa excelente interpretação.

Ainda tivemos em cena os atores: Raphael Cassou (Dr Maillard), Rubia Romani (Luísa), Eliane Campelli (Tijuana) e Vivianne Gazzoto (Irmã).

FAROL EM FÚRIA

Esse é um texto original do diretor Paulo Biscaia Filho que se inspirou em algumas montagens clássicas do Grand Guignol.

Sinopse: "A peça conta a história das irmãs Meg e Lizzie, donas de uma pousada na ilha de Nantucket na Nova Inglaterra em 1947. Depois de enfrentarem um cachorro contaminado com raiva, as duas se protegem de uma tempestade no farol administrado pelo soturno e misterioso Pops, um ex-combatente da Segunda Guerra com um segredo aterrador".

Já desde o início com a combinação de iluminação e cenário e a fala meio soturna da personagem Lizzie (Guenia Lemos), o clima é de suspense. Daqueles densos... Ao contrário da primeira peça, que tem alguns momentos cômicos (excelentes por sinal), "Farol em Fúria" já te joga de cara no calçamento de pedras, e te faz sentir a maresia que chega do cais do porto. Cheguei a sentir um peso nos ombros, uma carga de "caralho, o que será que vem por aí?".

Quando vamos para o interior do Farol, um simples e criativo detalhe, um pequeno item a mais no cenário e o deslocamento de outro elemento, deixa tudo mais do que perfeito. Era o mesmo cenário, a mesma parede de tijolos... espere, não. Não era o mesmo cenário. Aquele detalhe que mencionei nos levou para dentro do Farol e ponto final. Permita-se.

E o final, que parecia em determinado momento ser previsível, teve um toque de horror e gore na medida certa. Claro que não vou falar mais, porque desconfio que já fui além do que deveria ter contado.

Vale o destaque para os efeitos especiais e a trilha sonora do final, além claro, de mais uma vez a menção ao trabalho dos atores Guenia Lemos (Lizzie), Viviane Gazzot (Meg) e Cleydson Nascimento (Pops).

ENFIM...

Muito obrigado ao senhor Paulo Biscaia Filho, ao Marco Novack (produtor) e a toda equipe da Vigor Mortis, principalmente aos atores desse espetáculo, pois tivemos uma excelente noite naquele dia. Viajei para dois lugares, duas histórias diferentes, com pessoas diferentes. Não eram personagens. Eram pessoas... reais dentro daquele período em que estivemos no Manicômio La Castañeda e no Farol de Nantucket.

Se eles voltarem, o Estronho aqui dará o berro e avisará a todos vocês. Vale muito a pena.

Abraços horripilantes...

 
 
 
R7
Vigor Mortis toca o terror no Festival de Curitiba com propriedade
Miguel Arcanjo Prado
 

A Cia. Vigor Mortis resolveu investir pesado no gênero terror neste Festival de Teatro de Curitiba 2015.

O grupo paranaense, já destaque no gênero, está em cartaz com três montagens na Mostra Glóriah Vigor Mortis: Duplo Homicídio na Chaptal 20: Crime no Manicômio, Duplo Homicídio na Chaptal 20: Farol em Fúria e Vigor Mortis Jukebox Vol. 1.

O Atores & Bastidores do R7 assistiu à sessão de Crime no Manicômio.

O espetáculo, com cenário potente, assim como seus figurinos e efeitos visuais, conta a história de uma paciente do hospício que tenta se livrar do local, estabelecendo uma relação de cumplicidade com seu médico.

Contudo, precisa permanecer mais uma noite internada. Estas últimas horas podem ser cruciais para sua sobrevivência, já que está rodeada de loucura em última instância, com colegas transtornadas.

A peça abusa do trash de um modo a dar inveja a Zé do Caixão. E o faz com propriedade.

O público delira e se diverte com as cenas mais macabras. A obra ainda conversa com nosso contexto latino-americano, colocando uma das personagens para falar em castellano (Eliane Campelli, em ótimo desempenho), o que é um acerto e tanto em um festival que se propõe a fazer diálogo internacional.

No texto e direção de Paulo Biscaia Filho, destacam-se as atuações presentes de Eliane Campelli, Guenia Lemos, Michelle Rodrigues, Raphael Cassou, Raquel Rizzo e Rubia Romani, esta última na pele da jovem frágil internada. Os atores estão vivos no palco, e isso é fundamental.

A montagem tem ritmo e potência, com seu terror feito de forma crível e ao mesmo tempo de ar debochado.

Com sua mostra especial, a trupe Vigor Mortis renova o gênero do horror de forma instigante neste Festival de Teatro de Curitiba 2015, deixando sua marca em pesadelos futuros da plateia curitibana.