Filha de gaúcha com mineiro, Guenia lida desde muito pequena com as dicotomias da vida. Nascida no bull’s eye dos EUA, em Topeka, Kansas, enquanto os pais avançavam em seus estudos, Guenia foi morar em solo brasileiro aos 3 anos de idade. Crescendo em Curitiba, cogitou ser dona de um asilo para idosos carentes quando crescesse, mas seu pai Antonio achava a ideia mais cômica que séria vinda de uma criança de 6 anos de idade. Depois cogitou virar arquiteta, mas a mãe Brunilda achava que faltava um bom senso de perspectiva nos desenhos que fazia aos 7 anos. Foi então que na sexta série do fundamental, uma professora de matemática despertou seu interesse pelo teatro, sugerindo aos alunos interessados que montassem uma produção simples da peça DONA BARATINHA E DOM RATÃO. Guenia pegou o papel do protagonista masculino Dom Ratão, e ali nasceu sua paixão pelo teatro.

Durante a adolescência, enquanto fazia cursos de teatro e a irmã Anuschka fazia cursos de fotografia, virou a cobaia da irmã para tudo quanto é tipo de experimentos fotográficos. Com essa experiência diante das câmeras, no início da década de 90 entrou para o então preponderante e famoso concurso THE LOOK OF THE YEAR da Elite Models, liderada por John Casablancas, ficando entre as 10 finalistas nacionais do concurso realizado no Club Med RJ. Aos 16 anos, após meses para convencer o pai que seria uma adolescente responsável, Guenia mudou-se para São Paulo para seguir a carreira de modelo, terminar os estudos e descobrir o luxo de morar em um pensionato de freiras.

Um ano depois embarcava para o Japão pela primeira vez para trabalhar com a Elite Fólio Agency. Teve sucesso em um mercado de moda que ainda buscava feições estrangeiras, mas que ao mesmo tempo começava a fugir da disparidade que existia com as populares loiras de olhos claros que dominavam o mercado japonês nos anos anteriores. Retornou mais 7 vezes ao Japão, passando um total de mais de 2 anos na terra do sol vermelho, fotografando, filmando, passarelando e ambientando-se com coisas que iam do katakana às lendas da Yakuza.

Usufruindo de sua dupla cidadania, em meado dos anos 90 Guenia mudou-se para a Big Apple para retomar os estudos em artes cênicas em uma das grandes capitais mundiais do teatro. Formou-se Summa Cum Laude pela Fordham University com double major em Teatro (Interpretação) e Psicologia. Meses após, Guenia conquistou o papel da cigana Ruby Frank na novela AS THE WORLD TURNS, no ar há 45 anos pela rede norte-americana CBS.

Em meado dos anos 2000, Guenia foi para Washington, D.C., atuar na consagradíssima peça de Sarah Ruhl THE CLEAN HOUSE, trabalhando na então recém inaugurada e belíssima nova sede da companhia teatral Woolly Mammoth Theatre. Ao lado de alguns dos melhores atores de Washington, D.C., esta foi uma produção chave em sua carreira: o tipo de peça que faz o ator lembrar do porquê ele escolheu essa carreira, reforçar que está trilhando o caminho certo e superar os momentos de sensação de se estar nadando contra a maré.

No final da década de 00, buscando uma carreira paralela à atuação que lhe permitisse maior flexibilidade de escolha, Guenia ingressou na escola de Design se formando Summa Cum Laude pela Fashion Institute of Technology, em New York. Depois de 15 anos de New York, já casada e grávida, Guenia retornou à Curitiba de família, mala e cuia.

Inicialmente através do convite de Paulo Biscaia Filho da Cia Vigor Mortis para integrar o elenco do longa metragem NERVO CRANIANO ZERO e depois para embarcar como cenógrafa no projeto JUKEBOX Vol. 1, Guenia vem trabalhando continuamente com atuação e design para o teatro e audiovisual de Curitiba desde 2011. Em 2012 teve mais um marco em sua carreira como atriz, trabalhando juntamente com Gustavo Lorenzo na estréia brasileira da prolixa e física peça SUAVE NAPALM, do brilhante dramaturgo britânico Philip Ridley.

Em 2010 nasceu sua primogênita Sienna Lua, e em 2012 veio sua caçula Azzure Sky, suas pessoas favoritas de todo o universo. Melhor companheiras que elas, não há.